16 de out. de 2007

Depois de alguns anos...

Um dia pensei em nunca me preocupar se meu cabelo estava ficando branco e nem com cremes anti-rugas. E mesmo tendo – para alguns – “apenas” 24 anos, estou inquieta com esse tempo que anda rápido demais.
Há dez anos eu não poderia dizer “eu me lembro disso ou aquilo que fiz dez anos atrás”. Hoje eu não só digo “há dez anos tive meu primeiro namorado de verdade” como também “provavelmente, em dez anos estarei carregando uma criança”.
Quando pensava no tempo era pra fazer planos de carreira e, agora, faço planos de casamento e nascimento de filhos sem nem mesmo ter namorado. E pensando mesmo neste assunto, acho que essa história de dar uma netinha para minha mãe ficará a cargo de meu irmão recém-casado.
Bem que me avisaram que depois dos 15 anos o tempo voaria. Mas posso afirmar que o tempo passa muito rápido depois dos 15, mas após os 20, ele pega no tranco e decola de uma vez.
Ao recordar de ontem, lembro-me que esse ontem já foi há quatro anos.

Me, Myself and I


Nasci em Brasília. De todas as cidades do nosso imenso país é a que melhor me retrata, talvez. Planejada para envolver grandes decisões políticas, implantada em uma região tropicalíssima e com clima bastante típico – um pouco úmido no verão e seco no inverno – cresceu por mãos de nordestinos, cariocas, paulistanos e gaúchos. Foi desenvolvida por pessoas de todas as partes que decidiram ganhar a vida na nova cidade. Arrisco-me, então, a dizer que ela é uma cidade misturada e sem preconceitos.
Assim sou eu. Já me chamaram de cigana, já me chamaram de paulistana – sem nunca ter morado em São Paulo. Escuto a todo tempo que meu sotaque é carioca com exceção dos próprios. Falo “oxe”, “uai”, “meu” e “pocou”. Dependendo das circunstâncias ainda sai, sem querer, “guria”. Minha personalidade foi mesmo construída por aqueles que passaram pela minha vida, pelas regiões em que vive – Norte, Sul, Leste e Oeste – e até pela vivência no exterior.
Mas é certo que já fiquei preocupada com o futuro. Penso onde fincarei minha raiz, onde criarei meus filhos e, neste momento, vagueio em meus pensamentos para saber qual cidade será o começo de minha carreira.
Despojada e sem preconceitos, apresento-me a todos que querem criar um laço de amizade, mesmo sabendo que o amanhã a Deus pertence e que talvez eu não estarei perto para ajuda-los.
Vez ou outra me questiono como seria se tivesse tido uma infância “normal” e convivido com as mesmas pessoas por tantos anos. Definitivamente a resposta é: seria diferente. Melhor ou pior? Novamente, diferente. Gostaria, eu, dessa diferença? Não sei e, pelo menos nessa vida, não tenho como saber.